Todos os que conhecem a Umbanda e os demais cultos afro brasileiros
sabem que, antes de qualquer trabalho ser iniciado, é preciso ir até a
tronqueira ou casa de Exu e firmá-lo, para que ele possa atuar por fora
do espaço espiritual do templo (Tenda ou Ilê Axé), protegendo-o das
investidas de hordas de espíritos “caídos” que estão atuando contra as
pessoas que buscam auxílio espiritual e religioso que possa livrá-las
dessas perseguições terríveis.
Para que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio, e para
que os guias espirituais possam atuar em benefício das pessoas e
trabalhar os seus problemas, é preciso que tronqueira esteja firmada,
porque assim, ativada, ela é um portal para o vazio relativo regido pelo
senhor Exu guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do
templo.
Um Exu guardião é assentado na tronqueira, e vários outros são
“firmados” dentro dela, sendo que estes estão ligados a outros senhores
Exus guardiões de reinos e de domínios regidos por outros Orixás.
Os outros não podem ser assentados, senão dois vazios relativos se
abrem “ao redor” do espaço espiritual “interno” do templo, e a ação de
um interfere na do outro.
Um só Exu guardião é assentado, e todos os outros são só “firmados” na tronqueira, pois, se dois forem assentados na mesma, a ação de um interferirá na ação do outro vazio relativo aberto no “lado de fora” do templo.
Um só Exu guardião é assentado, e todos os outros são só “firmados” na tronqueira, pois, se dois forem assentados na mesma, a ação de um interferirá na ação do outro vazio relativo aberto no “lado de fora” do templo.
Assentar o Exu e a Pombagira guardiã no mesmo cômodo ou “casa de
esquerda” é aceitável, porque o campo de ação dele se abre no “lado de
fora” e o campo dela abre-se para dentro do “lado de dentro” do templo,
criando apolarização com o campo do Exu guardião.
. O campo do Exu guardião é o vazio relativo que se abre no lado de fora do espaço espiritual interno do templo.
. O campo da Pombagira guardiã é o “abismo” que se abre para “dentro”, a partir do espaço espiritual interno do templo.
. Esses dois Orixás são indispensáveis para o equilíbrio de um
trabalho espiritual, porque um atua por fora e o outro atua por dentro
do templo.
. Um se abre para fora, repetindo o mistério das realidades, e o outro se abre para dentro, repetindo o mistério das dimensões.
. Exu retira do “espaço infinito” tudo e todos que estiverem gerando desequilíbrio ou causando desarmonia.
. Pombagira recolhe ao âmago do espaço infinito tudo e todos que o estiverem desarmonizando.
São duas formas parecidas de atuação, mas Exu retira, e Pombagira interioriza.
Comparando o espaço infinito com um vulcão, Exu seria o ato de erupção, quando ele descarrega a intensa pressão interna. Já a ação de Pombagira, seria a das rachaduras internas , que a pressão abre dentro da crosta, nas quais correm e acumulam-se toneladas de lava vulcânica, que se acomodam e, lentamente, se resfriam e se cristalizam, gerando enormes acúmulos de minérios e cristais de rochas.
Comparando o espaço infinito com um vulcão, Exu seria o ato de erupção, quando ele descarrega a intensa pressão interna. Já a ação de Pombagira, seria a das rachaduras internas , que a pressão abre dentro da crosta, nas quais correm e acumulam-se toneladas de lava vulcânica, que se acomodam e, lentamente, se resfriam e se cristalizam, gerando enormes acúmulos de minérios e cristais de rochas.
Exu e Pombagira são indispensáveis aos trabalhos espirituais, porque
junto com os consulentes vêm todas as suas cargas energéticas e
vibratórias negativas; suas cargas espirituais e elementais que
sobrecarregam o espaço espiritual interno, que deve ter essas duas
“válvulas” de escape funcionando em perfeita sintonia e sincronizadas
com todo o trabalho que está sendo realizado pelos guias espirituais.
Se essas “válvulas” estiverem funcionando bem, o trabalho realizado
não sobrecarregará os guias espirituais que trabalharam pelas pessoas.
Porém se não funcionarem corretamente, eles terão que recolher todas as
sobrecargas e irem descarregando-as lentamente nos pontos de forças da
natureza, mas à custa de muitos esforços.
Portanto, com isso entendido, esperamos que os umbandistas entendam o porquê de terem que firmar seu Exu e sua Pombagira antes de abrirem seus trabalhos espirituais.
Exu e Pombagira geram muitos fatores e executam muitas funções na Criação e, em algumas dessas funções, formam linhas de trabalhos espirituais.
Portanto, com isso entendido, esperamos que os umbandistas entendam o porquê de terem que firmar seu Exu e sua Pombagira antes de abrirem seus trabalhos espirituais.
Exu e Pombagira geram muitos fatores e executam muitas funções na Criação e, em algumas dessas funções, formam linhas de trabalhos espirituais.
Eles também formam pares. Em algumas ocasiões são complementares;
em outras, são opostos; em outras, são complementares e opostos ao
mesmo tempo.
Só pelas suas funções aqui já descritas, tornam-se indispensáveis à paz, à harmonia e ao equilíbrio dos trabalhos espirituais realizados pelos médiuns umbandistas, tanto os realizados dentro dos centros quanto os realizados fora dele.
Só pelas suas funções aqui já descritas, tornam-se indispensáveis à paz, à harmonia e ao equilíbrio dos trabalhos espirituais realizados pelos médiuns umbandistas, tanto os realizados dentro dos centros quanto os realizados fora dele.
Afinal, não são poucos os médiuns que, movidos pela bondade, vão até a
residência de pessoas com graves problemas ou demandas para ajudá-las
e, por não tomarem a precaução de firmar Exu e Pombagira antes de
trabalhar para elas, ao invés de ajudá-las realmente, só pegam cargas
que irão desequilibrá-los também.
Para se fazer um bom trabalho na residência de alguém, assim que
chegar, deve-se ir até o quintal, riscar um ponto de Exu, colocar um
copo com pinga, firmar as velas nos seus pólos mágicos e invocar o Orixá
Exu e o seu Exu guardião, pedindo-lhes que descarreguem todas as
sobrecargas e recolham todas as demandas feitas contra os moradores da
casa e até contra ela.
O mesmo deve ser feito com Pombagira para que, só então, o médium
comece a trabalhar espiritualmente, porque, aí sim, todas as cargas e
demandas terão por onde ser descarregadas. E mesmo as entidades
negativas que tiverem de ser transportadas para que recolham suas
projeções negativas virão de forma ordenada e equilibrada, não causando
nenhum problema durante o trabalho.
Quando se vai com alguém na natureza para descarregá-lo, tanto o
médium deve firmar suas forças em sua casa como deve, pelo menos, firmar
Exu ou Pombagira no campo vibratório escolhido, para não ter
contratempo algum durante o trabalho de descarr ego na natureza.
São medidas indispensáveis para que um bom trabalho seja realizado e tudo transcorra em paz.
Esperamos ter conseguido transmitir os fundamentos necessários para
que o ato de “firmar” a esquerda não seja mal interpretado, e sim visto
como indispensável para que bons trabalhos sempre sejam realizados,
tanto em benefício próprio quanto dos nossos semelhantes.
FONTE: Rubens Saraceni Texto extraído do livro: “Orixá Exu – Fundamentação do Mistério Exu na Umbanda” – Editora Madras
Li alguma coisa parecida no livro "O guardião da Meia - Noite, mas aqui deu para ter um complemento , como se fosse uma extensão do livro.
ResponderExcluirE muitas pessoas ainda continuam pensando que o trabalho do povo de esquerda começa e termina apenas na seção, gira de exu.