Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores. Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Atualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais. Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário. Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes. Os que não admitem essa linha como vertente umbandista defendem sua posição criticando o nome que esses espiritos escolheram para seu trabalho. Já ouvi coisas do tipo “Daqui a pouco teremos linhas de cariocas, sergipanos, etc.” Esquecem eles que a Bahia foi escolhida por ser o celeiro dos orixás. Quando se fala nesse estado, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades. É evidente que no inicio a Umbanda era formada por legiões de caboclos, preto-velhos e crianças, mas a evolução natural acontecida nestes anos todos fez com que novas formas de trabalho e apresentação fossem criadas. Se a terra passa por constantes mutações porque esperar que o astral seja imutável? O que menos interessa em nosso momento religioso são essas picuinhas criadas por quem na verdade, não defende a Umbanda, quer apenas criar pontos polêmicos desmerecendo aqueles que praticam a religião como se deve, dentro dos terreiros, onde abraçamos a todos os amigos espirituais da forma como se apresentam.
Luiz Carlos Pereira
Baianos são uma linha de trabalhadores de Umbanda pertencentes à chamada Linha das Almas, a mesma dos Pretos-Velhos / Pretas-Velhas. Suas giras são encontradas sobretudo em São Paulo. A correspondência no Rio de Janeiro é com a linha dos Malandros, cujo maior representante é Zé Pelintra.
Sempre com seu coco (mistura de cachaça e mel colocada dentro de um coco), a linha baiana está sempre disposta a ajudar os filhos de fé com seus conselhos e sua proteção. Esta linha costuma trabalhar cruzada (na direita e na esquerda), não incorporando geralmente nos trabalhos de esquerda (exceto Zé Pelintra), mas tendo a sua permissão para atuar na Quimbanda no plano espiritual.
Ponto de Baiana.
Baiana da saia rendada seu tabuleiro tem axé.
A baiana ta requebrando, oi como dança no candomblé.
ò Bahia, Bahia de Nosso Senhor do Bonfim,
ò Bahia peça a Oxalá por Mim,
Baiana da saia rendada seu tabuleiro tem axé.
A baiana ta requebrando, oi como dança no candomblé.
Ponto do baiano Zé do Cocô.
Baiano tá bebo não, baiano tá bebo não
Baiano tá bebo não, baiano tá bebo não
Trás o copo que a caneca ta furada,
Baiano não bebeu nada
A Culpa Foi do Obsessor!
Baiano Zé do Coco
Médium Mãe Luzia NascimentoLegado de umbanda é sacerdócio
Onde cada um tem que cumprir sua missão
Muitos passam pelo terreiro...
Poucos são os que ficam vivenciando lição
Onde cada um tem que cumprir sua missão
Muitos passam pelo terreiro...
Poucos são os que ficam vivenciando lição
Para muitos a escola Aruanda é boa
Quando atende aos seus anseios
Mas quando contraria ao que se quer
Valha-me Nossa Senhora, aí começa o desmantelo.
Tem filho de tudo quanto é qualidade
Tem até os que perderam a identidade
E no vaivém da vida deixa passar oportunidade
Eita povo mal-criado como faz complicadô
Bate cabeça no Conga, mas num se alembra de Nosso Sinhô.
Baiano de sua redinha olha os filhos que estão na corrente
Fico feliz quando encontro uma alma que não esta ausente
A Umbanda é boa baiano? E eu arrespondo: é sim senhor!
Mas prá trabalhar na umbanda num tem que ter cansador.
Tem filho injuriado e desconsolado também
Tem aquele que é sonhador e cá pra terra não vem
Prefere viver nas nuvens pra não machucar ninguém
Ainda tem o filho que faz birra feito criança mimada
Bastô a mãe levantar a voz já se acha injustiçada
Porque conselho dos guias e pró outros pra ela num serve nada!
Virgem minha Mãe Santíssima
Agora é baiano que num sabe quem tá errado?
Pois tem filho que avalia os outros, mas, num quer ser avaliado.
Leva a vida toda no aprendizado e adispois é reprovado
Não escolheu o amor como melhor opção
E daí passa o resto do tempo a fazer reclamação
No final diz que se enganou a culpa foi do obsessor!
E passa o resto da existência fazendo seu rezador
Lamuria, lágrima e arrependimento foi só o que ele lucrou.
Pois ao invés de trabalhar na Umbanda ele deu foi trabalhador
É da Bahia meu Pai!
Salve o Senhor do Bonfim!
Os Baianos são a
alegria da Umbanda, não há quem não goste desta gira e desta linha pois
são as entidades que mais se assemlham conosco encarnados, pois são
espíritos que sofreram as amargurás da fome, e do calor do sertão.
Os espíritos desta
linha são brincalhões, divertidos, mas perigosos pois como eles mesmos
dizem, o veneno do baiano não mata, mas pode deixar sofrendo, pois são
os cumpridores da lei de Exu
Nomes conhecidos
desta linha: Lampião, Zé Corisco, Zé Faísca, Zé Bento, Zé da Ronda, Zé
Ferino, Severino, Zé Baiano, Zé do Coco, Zé Coquinho, Maria Bonita,
Maria da Conceição, Maria das Graças, Severina do Coco entre outros.
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