O
médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do
ritual de Umbanda no plano material.E por sê-lo, deve merecer dos filhos
de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito quando
adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda
que é “dado” à luz. E tal como quando a generosa mãe dá à luz mais um
filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-nascido e o
cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros,
o novo filho de Fé ainda é uma criança que veio à luz e precisa de
amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil constituição íntima
e emocional.Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os
espíritos guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil
se sente um ser que traz a mediunidade.Para um médium iniciante, este é
um momento único em sua vida, e também um período de transição, onde
todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois
outros valores lhe estão sendo apresentados.Para todos os seres humanos
este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são poucos
os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua
fragilidade diante do novo e do ainda desconhecido.É tão comum uma
pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como
“fraca” de cabeça pelos já “tarimbados” médiuns. Mas estes não param
para pensar um pouco no que realmente incomoda o novo irmão e, com isto,
o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos
perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituais que primam pela
ignorância do mundo espiritual e sufocam nos seus fieis, seus mais
elementares dons naturais.Muitos apregoam que tantos e tantos
brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da religião
umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para
diminuir o que poderia ser uma grande verdade.Vários milhões de
brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns
praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas
onde trabalham, ou nas suas reuniões mais intimas em suas próprias
casas.Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico
magnífico já foram perdidos para outros rituais, porque os diretores das
tendas não deram a devida atenção ao “fator médium” do ritual de
Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes
são apresentados pelos guias zeladores dos novos médiuns, se lhes são
enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que
anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado
espiritual tem meios sutis de atuar sobre um filho de Fé, mas no lado
material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores
materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.É tão
comum vermos médiuns já “iniciados” que não tem a menor noção da
existência desse corpo religioso umbandista que se move através do
plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. “Eu sou filho de
tal orixá...”, e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com
este plasma divinizado numa religião fica restrito a isto: “Eu sou filho
de tal orixá”.Incorpora seus guias, estes trabalham, e
maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este espírito ativo
que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de
orixás ou de seus pontos de forças, mas que não deixam de irradiar essa
energia divina chamada “Fé”.O ritual é aberto a todas as manifestações,
mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de que as
manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível
conhecido por Ritual de Umbanda Sagrada, e que fora dele não há
manifestações, mas tão somente possessões espirituais.É este espírito
invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda
Sagrada são realizados.Houve um tempo em que os orixás foram
sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização do ritual
aconteceria. As imagens “mascaravam” a verdade oculta e as perseguições
religiosas, políticas e policiais foram abrandadas.Mas, atualmente, isto
já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já
existe liberdade suficiente para que todos digam abertamente: “Sou um
filho de Fé, sou um filho de Umbanda!”.Mas para que isso possa ser
realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus
filhos recém-nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios
medievais, quando não obscurantistas.Há de ser criada uma forte linha de
fé doutrinadora dos sentimentos religiosos dos filhos de Fé, pois só
assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e
abarcará, num movimento abrangente e envolvedor, os milhões de irmãos
que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo,
conforto ou esclarecimento.É chegado o momento de todos os médiuns,
diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães no Santo,
imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a
doutrinação dos irmãos e irmãs que afluem às tendas nos dias de
trabalho.É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que
os necessitados, os aflitos, os carentes afluirão não só às tendas de
Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma
promessa, um vislumbre de socorro imediato. Mas só aquelas portas que, a
par do socorro imediato, oferecerem uma luz para toda a vida,
alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o
bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma
religião!Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos
que a ela afluem nos dias de trabalho, e conquistar o respeito e a
confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação
de almas.Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos
umbandistas que têm oferecido a maior parte de suas vidas a esta
necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros
filhos de Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães
no Santo e temos visto que bloqueiam a si próprios e às suas
potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a
si e sua religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus
guias incorporam e ... trabalham.Limitam-se só a isto e limitam à
própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as
qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos
filhos de Fé, movidos de nobres e dignificantes intenções, buscam nas
línguas a explicação do termo “Umbanda”. Alguns chegam a mergulhar no
passado ancestral em busca do real significado desta palavra.Nada a opor
de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás
seriam seus esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro
sentido do termo “Umbanda”.Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo,
na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os espíritos quanto com a
natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e
atribuições que lhe são conferidas pelos Senhores da natureza; os
orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos e os
encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto,
quanto os do Embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um
templo.
• Umbanda é sinônimo de poder ativo.
• Umbanda é sinônimo de curador.
• Umbanda é sinônimo de conselheiro.
• Umbanda é sinônimo de intermediador.
• Umbanda é sinônimo de filho de Fé.
• Umbanda é sinônimo de sacerdote.
• Umbanda é a religiosidade do religioso.
Umbanda
é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os
encantados da natureza falam aos espíritos humanos encarnados.
Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou concreto armado.
Umbanda
é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou
mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser humano.
Umbanda
foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram
criando para si, no intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados
para recebe-los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa que realizavam
curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de “macumba”.
Umbanda
eram os caboclos índios que dominavam os quiumbas e libertavam os
espíritos encarnados de obsessores vingativos e perseguidores.
Umbanda
eram os pretos-velhos que baixavam nas “mesas brancas” e faziam
revelações que não só deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam
também.
Umbanda eram os exus e pombas-giras brincalhões,
debochados e francos, tanto quanto os encarnados, pois falavam a estes
de igual para igual, e com isso iam rompendo o temor dos filhos de Santo
para com seus “santos”.
Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já no outro lado da vida.
Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.
Umbanda, onde na banda do “Um”, mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de nós pode se manifestar.
Umbanda,
na banda do “Um” , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus
templos íntimos dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através
da luz divina que irradiam seus mistérios.
Daí em diante, serão todos “mais um”, plenos portadores dos mistérios dos orixás.
Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de todos os orixás.
Umbanda provém de “m'banda”, o sacerdote, o curador.
Umbanda
é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium
na posição de “doador” das qualidades de seus orixás, que
impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir de seus
templos humanos: os filhos de Fé!Despertem para esta verdade, pais e mês
de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não como seres
perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar “passagem” às
forças da natureza que lhes chegam, mas encontram seus templos
(mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através de séculos
e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás.
Não inculquem mais escolhos dizendo a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.
Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que devotam a seus filhos encarnados.
Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.
Ensinem-lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do “Um”, mais um todos são.
Mostrem-lhes
que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina
se manifestando de forma humana, para os espíritos humanos.
Não
percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando
irmãos de cultos diferentes, raças diferentes e formações as mais
diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura
dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus
“santos”de cabeça e de fé.
O tempo da escravidão já é passado
e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus
veículos naturais; os médiuns.
Ensinem-lhes que, se estão
aptos a incorporarem o “seu” pai de cabeça, também estão aptos a serem
as moradas de todos os outros “pais”, pois orixá é antes de qualquer
coisa e acima de tudo, isto: senhora da cabeça. é senhor da coroa
luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já
liberto dos escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e
dogmas religiosos, que antes de tudo visavam impedi-lo de ser mais um
na banda do “Um”, e mantê-lo na eterna dependência da vontade dos
carnais senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os
restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!Digam que na banda do “Um”, o
rebanho é composto só de pastores, pois “Umbanda” é sacerdócio.
Esclareçam
ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada
ruim, pois há todo um santuário aprisionado em seu intimo que está
tentando explodir através de sua mediunidade magnífica.
Conversem
demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a
panacéia para todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da
espiritualização sufocada por milênios e milênios de ignorância e
descaso para com as coisas do espírito.Expliquem que pode fazer o que
quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa (cabeça),
pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da
carne e do materialismo brutal.
Ensinem-lhe que, como templos,
deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha divina
animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre
que entregar sua coroa ao seu orixá. Instrua-os com seu mentor guia
chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo).Estabeleçam um dia da
semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe
falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que
os fiéis são mais que fiéis: são “meios” onde toda uma gama magnífica de
seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-velhos,
garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e
pombas-giras.
Sim porque nós conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam.
E se preferem atuar como exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais
rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e veículos de
espíritos sofredores afins.
Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se assentam os orixás sagrados.
E
que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois
Umbanda provem de Embanda: sacerdote!E o médium é um sacerdote, um
embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!
Texto extraido do Blog http://luzeumbanda.blogspot.com.br.
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