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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cuidados coma mediunidade

Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal tem que “salvar o santo”, “salvar o chão”, e salvar não sei mais o que.

A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois é sinal que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.

O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam.

Neste embate a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, a sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.

Exu é passional? Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém, portanto Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos quando oferendados, única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba.

Umbanda Mitos e Realidades - Capítulo 11 – Algumas Mensagens Especiais -  Iassan Ayporê Pery

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

EXÚ LERÚ O MOURO CIGANO ( CLÃ DOS CIGANOS GUARDIÕES )

“Cachorro correndo sozinho se acha o mais veloz do mundo”. 
(provérbio cigano).
Dona Maria me contou que o Exú Cigano, foi um cigano mourisco que se chamava Lerú. Ele chegou ao Brasil, junto com outros escravos da África e por aqui viveu. Como sabia ler, foi vendido para o dono de grandes armazéns, que o colocou como chefe. Muito esperto, Lerú começou a ajudar muita gente, que como ele, estava naquela triste situação. Ajudou tanto, mesmo correndo risco de vida, que um velho Tata africano lhe iniciou no culto. Ele foi o primeiro cigano a entrar na religião dos negros! Então, depois que desencarnou, passou a trabalhar nas rodas e reuniões que ainda eram escondidas. Dizem que a primeira vez que deu seu nome, foi numa gira no Rio de Janeiro. Daí ganhou o nome de Exú Cigano.
Seu Manuel fazia a distinção entre os espíritos ciganos da “Direita” e os exús ciganos da “Esquerda”. Para ele, Exú Cigano era o líder de outros ciganos que passaram pela Jurema ou outro culto afro-brasileiro em vida.
Na Jurema ou Catimbó, o líder dos espíritos ciganos é Mestre João Cigano. Perguntei a Tio Manolo se ele conhecia outros nomes de espíritos ciganos, chefiados por Exú Cigano.
- Tem o Exú Cigano do Oriente, Exú Cigano do Circo, Exú Cigano Calão (da Tribo Calon), Exú Cigano da Praça e Seu Giramundo Cigano (não confundir com o Exú Giramundo). 
Segundo ele, tem também as Pombas Giras Ciganas, com suas histórias, lendas e magias.

O CIGANO JACÓ E O NAZARENO ( CLÃ DOS CIGANOS FÉ E DOURADOS )

“O galo pode cantar quanto quiser, mas nunca porá ovos”. (provérbio cigano) - Jacó era um ferreiro cigano e passava por Jerusalém no tempo de Jesus. Sua comitiva estava parada perto da cidade santa, quando o Mestre foi preso e julgado. Os romanos preparavam o suplício e precisavam de gente para trabalhar. Nenhum carpinteiro ou ferreiro judeu, quis fazer a cruz ou fundir os cravos de ferro. Daí, que os carrascos romanos obrigaram Jacó, sob ameaça da espada, a fazer os três cravos da crucificação, dois para as mãos e um para os pés. Jacó sabia que Jesus era um justo, por isso amaldiçoou os romanos, predizendo a destruição de Roma por sua ganância e violência. Os algozes também obrigaram ele a pregar o Mestre no madeiro. Ele fez isto chorando e pedindo ao Mestre perdão. O nazareno, envolto na dor, disse ao cigano que não se preocupasse, pois o seu povo era nobre e fiel. Disse também que seriam todos agraciados, pela presença de uma virgem que viria do mar. Desde então, os ciganos passaram a esperar pela virgem e caminhar por todo o canto do Oriente e do Ocidente. Até que um dia, apareceu Santa Sara, a virgem negra. Era o dia 25 do mês de maio. Por isso, os ciganos são devotos de dois santos: a prometida Santa Sara e São Jorge, o patrono dos ferreiros.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Caridade é Lei maior

E esses espíritos, com aspectos mais bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos sub-planos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos. Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo “trabalhos”, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral. São maltas de espíritos delinqüentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio. Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a sua verdadeira situação.

Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e pequenos “trabalhos”, que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.

Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos, disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor respeito, mas são trabalhadores do BEM.

São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como Guardiões, nos sub-planos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a polícia do mundo astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que outros espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal. Tem experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do mundo astral.

NÃO EXIGEM NEM ACEITAM “TRABALHOS”, DESPACHOS OU OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra. NADA TEM A VER COM A UMBANDA! 

Laroyê Exu, Exu é Mojubá!!!
Salve os Guardiões de Umbanda!

Sempre defenderei a essência da Umbanda...
Na Umbanda a Caridade é lei maior até para os Exus!!!
Fonte: http://exuepombagiranaumbanda.blogspot.com.br

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os Guardiões incopreendidos

Provavelmente uma das manifestações divinas mais difíceis de se entender é a dualidade. O pensamento ocidental, maniqueísta, calcado em valores cristãos – devidamente distorcidos de acordo com interesses políticos e econômicos ao longo da História – estabeleceu um padrão de pensamento em que existem duas forças antagônicas: o bem e o mal, sempre em constante batalha pelo domínio do mundo e da alma de seus habitantes. Assim, tudo que não segue a estética e a moral ocidental-cristã é imediatamente associado à sua antítese: as forças maléficas regidas por seres do mal, chamado de demônios.

Esse tipo de pensamento traz em si um paradoxo, já que o próprio livro sagrado do Cristianismo afirma que Deus é onipresente. Estando em todas as partes, Deus estaria também nas regiões trevosas da espiritualidade – regiões que muitos tomaram por costume chamar de inferno.

Então Deus estaria no inferno? Parece uma heresia total fazer tal afirmação, mas sendo Ele um ser onipresente, deve (ou deveria) estar em todos os lugares.

A crença de um inferno de penas eternas e governado por um ser excepcionalmente maldoso também faz parte do imaginário cristão e, dentro desse raciocínio contraditório, não haveria lugar para Deus nessa região – mesmo sendo Ele onipresente (?).

Dentro da filosofia que norteia o pensamento umbandista, descartamos essa idéia de inferno. Admitimos a existência de regiões espirituais trevosas, densas, onde se encontram aqueles espíritos que não atingiram a elevação moral esperada, elevação essa que pode ser conquistada um dia, não necessariamente através de expiações, mas também do trabalho árduo na espiritualidade. No entanto, nessas regiões ainda reina uma espécie de barbárie espiritual, já que os valores morais de seus habitantes não são os mais elevados, necessitando assim de alguém que controle suas ações, não permitindo que outras esferas (como a dos encarnados, por exemplo) sejam alvos dos ataques e obsessão desses espíritos. É nesse contexto que começamos a entender o papel dos Exus, os guardiões tão incompreendidos e injustiçados, que atuam como agentes da Lei e da Ordem dentro desse princípio da dualidade divina. Entender Exu é entender o próprio funcionamento da Lei Maior.

Antes de qualquer coisa é preciso saber a diferença entre o Orixá Exu e o Exu Guardião, da Umbanda. A palavra Exu, que significa “Esfera”, remete aos cultos africanos e ao Orixá de mesmo nome. Como bem sabemos, por diversos fatores históricos, houve no Brasil um processo chamado sincretismo, através do qual as divindades africanas foram associadas aos santos católicos. Assim, Iansã, por exemplo, que é a divindade dos raios e das tempestades, foi sincretizada com Santa Bárbara, já que essa santa também é associada aos raios e trovões. Ogum, o Orixá guerreiro, foi sincretizado com São Jorge, o patrono militar dos católicos, e assim por diante. No entanto, com o Orixá Exu houve, ainda dentro do sincretismo, um processo de demonização. Sendo Exu a divindade ligada à fertilidade, à sexulidade e à virilidade – inclusive carregando, em suas representações, um cetro em forma de falo – e tendo uma personalidade um tanto rebelde, como nos contam as itans (lendas africanas dos Orixás), não tardou para que fosse associado ao demônio bíblico/católico. Assim, desde o princípio, Exu foi temido, e provavelmente gostou disso, levando-se em conta seu caráter irreverente.

Apesar da confusão em torno da natureza de Exu, não podemos esquecer e nem desprezar sua importância dentro do panteão africano e de seu funcionamento, já que ele atua como “mensageiro” ou “intermediário” entre os homens e os Orixás.

Nos cultos de Umbanda também encontramos Exu, porém não na figura de um Orixá, e sim de um espírito Guardião, um desencarnado, que viveu em Terra e procura, através do trabalho na espiritualidade, alcançar o progresso moral. Também associado a figuras demoníacas, o Exu da Umbanda é um valoroso trabalhador, que indiferente a essas interpretações calcadas em visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.

O papel do Exu numa gira de Umbanda é de fundamental importância, realizando a segurança do terreiro – imaginem quantos kiumbas (espíritos trevosos e zombeteiros) atacariam uma tenda de Umbanda a fim de atrapalhar seus trabalhos, se não fosse a presença dos Exus, trancando a sua passagem. Em casos de descarregos, também são os Exus os principais agentes, pois cabe a eles a tarefa de encaminhar cada espírito, seja um pobre sofredor desorientado, ou um perigoso obsessor ao seu local de merecimento e/ou tratamento.

Exu também é o agente da justiça kármica, sendo sua tarefa levar a cada um o que lhe é de direito ou merecimento – por isso também a confusão em torno de seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, mas muito difícil entender que os revezes da vida muitas vezes são resultado de nossas próprias ações.

Ao contrário daquilo que falam sobre eles, os Exu são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos, mas também exigindo uma conduta deles, pois são extremamente rigorosos.

De uma forma bastante simplificada, podemos entender o Exu como uma mistura entre o carteiro e o gari, pois ele traz aquilo que deve ser entregue e varre aquilo que deve ser levado

Por Douglas Fersan